Ensino Médio realiza estudo do meio em São Luiz do Paraitinga
Por: Equipe de coordenação do Ensino Médio*
Nesta semana, as turmas do 1º e 2º anos do Ensino Médio realizam atividades de estudo do meio em São Luiz do Paraitinga (SP). A cidade, localizada na região do Vale do Paraíba, é reconhecida por ser um importante destino turístico por ter seu Centro Histórico tombado como Patrimônio Cultural Nacional.
As atividades estão sendo realizadas com supervisão da equipe de professores e coordenadores, além dos monitores especializados da Quíron Turismo Educacional, grande parceira do Ofélia nos projetos de estudo do meio.
Confira os relatos da viagem!
Relato da viagem – dia 1 (24/08/2022)
O dia começou com a oficina do Angoleiro Sim Sinhô. Mestre Plínio e Mestre Pedro nos receberam para uma conversa sobre o grupo e nos ofereceram uma prática de introdução à capoeira. Pudemos brincar de pega pega reconhecendo espaços, ritmos e estratégia de jogo para, a seguir, entrarmos na ginga da capoeira angola.
Mestre Plínio e Mestre Pedro nos apresentaram a história do Angoleiro, assim como os seus antigos mestres e os mestres dos seus mestres.
Depois disso, seguimos para a Ocupação Nove de Junho, onde Márcia, Patrícia e Luciane, mulheres que estão no movimento de luta pelo direito à moradia, contaram pra gente a história do movimento e seus enfrentamentos atuais.
Adilson nos apresentou a horta da ocupação, um projeto que hoje alimenta famílias locais além de ser usada nos almoços da ocupação. A cozinha Nove de Julho foi outro projeto que também nos foi apresentado. Este projeto abre a ocupação para as pessoas no final de semana oferecendo almoço. O dinheiro de cada refeição é revertido em parte para a própria ocupação, em parte para marmitas que são distribuídas para pessoas ao redor que estão em situação de vulnerabilidade alimentar.
O nosso almoço foi oferecido pelas moradoras da ocupação que são responsáveis pela cozinha e estava uma delícia. Conhecemos o prédio, a história e ainda tivemos uma conversa com Dada, a responsável pelo setor de costura da ocupação que organiza o trabalho de mulheres.
Passeamos pela Galeria do Rock e no café do Sesc 24 de Maio, uma pequena pausa para um café e observar a cidade de cima. Saímos do centro de São Paulo direto para São Luiz do Paraitinga, onde, depois da chegada e do jantar, seguimos para a oficina do mestre Benito. Benito nos ensinou a fazer os apetrechos carnavalescos locais, muito conhecidos pela sua tradição. Entre cartolas e tiaras, ouvimos versos e histórias do mestre. O dia ainda foi finalizado com o jogo de futebol e muita torcida. Todo o trabalho contou com os monitores da Quíron, que trouxeram muitas contribuições nas atividades e também com muito cuidado por todo o operacional da viagem.
Relato da viagem – dia 2 (25/08/2022)
Depois do café da manhã, fomos conhecer São Luiz do Paraitinga. Aos educadores Dinei e Jonatas, juntou-se também Assis, que nos apresentou a história da Capela das Mercês. Soubemos então do processo de recuperação da capela após a enchente de 2010, que ocorreu através da memória de moradores da cidade, especialmente da Dona Didi, que cuida da capela há 70 anos. Através dessa memória, foi possível reconstruir detalhes da capela que divergiam do projeto arquitetônico original. A memória da cidade, após a enchente, não estava mais em documentos, registros fotográficos etc, fazia parte da memória de cada moradora e morador. Conhecemos também a Igreja da Matriz e também seu processo de reconstrução.
Nesta manhã, tivemos uma experiência de barreamento no sítio do Guto, que também está relacionado à história das construções de São Luiz do Paraitinga. Esse processo que inclui bambu e lama é biosustentável. De lá, fizemos o Floating pelo rio Paraitinga com instrutores locais e tivemos contato, de dentro do rio, tanto com a zona rural como com a zona urbana da cidade, o que nos possibilitou novas perspectivas espaciais. Entendemos a importância da mata ciliar na época das cheias, evitando o desmoronamento das margens, o que intensifica as enchentes. Dada a falta desse tipo de vegetação, entendemos a importância do processo de desassoreamento.
Terminado o almoço, seguimos para a casa do Mestre Lumumba e Iaiá, sua companheira de vida, Com ele, conversamos sobre diferentes formas de linguagem bem como o conhecimento que essas carregam, e a importância do saber feminino. “A vida é eterna, ainda que tudo nasça e morra”, e isso tem a ver com ancestralidades que fazem parte de todas e todos nós nos respondeu Lumumba quando perguntamos sobre o tema. Yá nos ofereceu um lanchinho em sua cozinha. O sítio é cercado por uma mata que se recompôs sem a interferência humana.
Na volta, ficamos no centro histórico da cidade para fazer um desenho de observação de edifícios tombados.
Seguimos para o sítio do Guto novamente, feito um breve intervalo na pousada, para o jantar e uma fogueira de encerramento do dia. Fechamos a noite com um momento de interação ao redor da fogueira na pousada Primavera.
*Texto assinado pelos profissionais que compõem a equipe de coordenacão do Ensino Médio do Ofélia.
Confiram algumas imagens!