Turmas da Educação Infantil estudam as culturas dos povos originários

O ensino antirracista tem início quando reconhecemos que esse problema existe em nossa sociedade. Desde os primeiros anos de vida as crianças brasileiras são expostas a modelos de padrões estéticos fundamentados em um eurocentrismo.

O trabalho pedagógico que atravessa as relações étnico-raciais está para além de qualquer modismo, ele se caracteriza como significativo porque ocupa um lugar político de reparação histórica e na construção de identidades. Sendo assim, a escolha de se trabalhar com temas que advém deste assunto, parte do pressuposto de que o trabalho na Educação Infantil é pautado em aspectos políticos, éticos e estéticos.

De modo mais específico, o foco nas culturas africanas, indígenas e populares, tem relação com a necessidade de propor uma prática pedagógica decolononial e antirracista, proporcionando para as crianças espaços de interação e construção de saberes acerca dessas culturas produzidas por grupos que são atravessados pelo apagamento social e por toda uma estrutura racista e colonizadora.

Para tal, durante este semestre, os grupos G2, G3 A e B e G4, da Educação Infantil, utilizaram as figuras de afeto como forma de adentrar as culturas dos povos originários, ampliar o imaginário lúdico das crianças e trabalhar com o conceito de lugar de fala, garantindo assim, a valorização das culturas dos povos originários.

O Grupo 3 B estudou algumas personalidades negras que fizeram diferença na história e após, escolheram o nome de sua figura de afeto, Aqualtune.

Aqualtune foi uma princesa guerreira, filha do rei do Congo, trazida pela diáspora africana para o Brasil. Aqualtune dedicou sua vida ao desenvolvimento do Quilombo dos Palmares e à defesa de seu território contra invasores. Também foi mãe de importantes personagens na história de luta dos negros pela liberdade: os líderes Ganga Zumba, Ganga Zona e Sabina e avó de Zumbi dos Palmares.

Existe uma lenda na África que os deuses teriam tornado a guerreira Aqualtune em um ser imortal. Ela teria se transformado em um espírito ancestral, que conduziu seus guerreiros até a queda definitiva do Quilombo de Palmares, em 1694. Até os dias atuais ela é lembrada em Pernambuco e é cantada como a princesa na música de Zumbi, de Jorge Ben Jor, que seria uma referência a ela.

Confira alguns registros!